Joinville - SC, outubro de 2017

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” Tiago 1:5

Escolhemos o verso acima, para frequentar as nossas cartas durante este ano. Certamente este verso, se aplica a qualquer cristão em qualquer época ou em qualquer lugar de nosso mundo. Porém é muito importante notar-se, que apesar de o verso acima, ser uma grande demonstração da graça e do amor de Deus para conosco, o cumprimento de tal promessa está condicionada ao: “se, porém, algum de vós necessita de sabedoria…” Ou seja, isto só vai funcionar, se qualquer um de nós, reconhecer a sua própria necessidade de sabedoria, e então, ato contínuo, pedir. Da parte de Deus, Ele não somente promete dar o que necessitamos, como também promete não agir, de forma inapropriada, ou seja, lançando sobre nós algum impropério, ou palavras injuriosas contra nós, ou seja, Ele nunca nos chamará de “bobinhos” ou de qualquer outra coisa semelhante, devido à nossa falta de sabedoria em determinadas situações ou assuntos. E é exatamente por causa deste ensinamento, que nós queremos declarar a nossa dependência de Deus e de sua sabedoria, nas mais diversas situações que já tivemos e que ainda vamos ter neste ano de 2017.

Faz menos de uma semana, que nós chegamos de uma maratona de 40 dias de viagens, dentro e fora do Brasil, como havíamos adiantado em nossa carta do mês de setembro. Também como havíamos informado na carta de setembro, nós nos mudamos para a cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina.

Após a nossa chegada em nosso novo apartamento em setembro último, organizamos o que era possível organizar e em menos de uma semana, deixamos tudo para trás, para os 40 dias mencionados no parágrafo anterior. Assim, saímos daqui no dia 18 de setembro e retornamos no dia 28 de outubro último.

Pela graça de Deus, tivemos tanto o suprimento financeiro necessário, como boas condições de saúde. Assim, Eliane e eu pudemos passar por todo este período juntos, o que foi fundamental para que fizéssemos tudo o que foi feito neste tempo. Assim, testificamos mais uma vez, a verdade expressa no verso do cabeçalho desta carta, ou seja, que o Senhor supriu a sabedoria que nós necessitávamos para realizar todas as atividades que tínhamos pela frente, como informamos a seguir.

Passamos 5 dias na cidade do Panamá, onde visitamos uma das familias que fazem parte do Movimento Três Ondas, o Drake, sua esposa Megan e seus dois filhos. O Drake é responsável pelas pesquisas que são feitas sobre a região Amazônica em geral e os resultados disto, ajudarão o Movimento a desenvolver-se e a mover-se em direção às tribos ainda não alcançadas com o Evangelho de Cristo.

Depois viajamos para o Equador, mais especificamente para uma cidadezinha chamada Shell. Ali, estivemos com a familia do Chris e da Tina, que têm duas filhas adolescentes. Foi um tempo muito bom, principalmente para conhecer os projetos missionários que são desenvolvidos naquela região, entre as várias etnias indígenas daquele país. Para os que já leram o livro “O Piloto das Selvas”, uma história que passou exatamente no Equador e Shell foi a base de operações destes missionários, ou seja, de onde eles saíram para contatar uma tribo arredia, ao pousar a pequena aeronave na praia de um rio, eles foram atacados e mortos por estes indígenas. Mas história não terminou assim, hoje em dia este grupo é alcançado pelo Evangelho de Cristo. Tivemos o privilégio de conhecer uma familia deste grupo de Waorani, bem como a casa restaurada que servia de base para as famílias de missionários. Nunca havíamos imaginado em nossas vidas ter uma ortunidade como esta, pois foi esta história que nos desafiou para o trabalho missionário.

Do Equador fomos para o Peru, onde estivemos por quase uma semana, mais especificamente na cidade de Pucallpa, que fica na Amazonia Peruana. Neste período, estivemos visitando o Juan Carlos sua esposa Zulema e filhos. Como nos outros lugares dedicamos 3 dias a esta familia, tendo tempo de meditação na Palavra e oração. Também tivemos a oportunidade de reunir com várias lideranças indígenas, ter um bom tempo com eles e poder conhecer melhor os desafios e necessidades deles. Eliane
aproveitou o tempo para ensinar alguns trabalhos manuais a mulheres indígenas.

Daí então fomos para a última parte da viagem, que foi a parte mais longa, que foi a Colombia. Em Bogotá estivemos por quase duas semanas. Neste período tivemos dois dias de treinamento sobre pesquisa, que foi ministrado pelo Drake. Depois tivemos 3 dias e meio de um congresso da Reliec, Rede de Lideres Indígenas Evangélicos da Colombia, que foi o primeiro a ser realizado na Colombia. Havia quase 400 indígenas de 33 etnias. Também havia indígenas do Brasil, da Venezuela e do Panamá. Trataram de 3 temas principais: Liberdade Religiosa, Missões Interculturais e O Papel da Mulher Indígena. Foram dias muito proveitosos. Um grupo de indígenas viajou por 8 dias para chegar a Bogotá. Todos viajaram com os seus recursos próprios, ou seja, não houve nenhum subsidio para esta parte. Ao suprir suas necessidades para as viagens, os indígenas cobriram quase 3/4 do custo total do evento. Durante este congresso, Eliane pode uma vez mais, reunir-se com algumas mulheres indígenas para ensinar trabalhos manuais. Terminado o congresso, tivemos 1 dia e meio de reuniões, do que chamamos de Equipe Três Ondas, para tratar de vários assuntos importantes para o Movimento Três Ondas. No domingo 15, tivemos a oportunidade de pregar em uma das igrejas de Bogotá, uma igreja que apoiou grandemente o congresso indígena. Ao fim pudemos dedicar 3 dias ao Javier, sua esposa Betsabe e aos filhos, com tempo de meditação, oração e compartilhamento.

Finalmente, desembarcamos em São Paulo no dia 21/10 pela manhã. Até a nossa chegada em Joinville, nós ainda tivemos várias atividades e visitas que eram necessárias ser feitas, incluindo uma viagem um pouco longa.

Gratidão:
- Pelas oportunidades de servir ao Senhor e aos irmãos durante este tempo;
- Pelas finanças que foram supridas totalmente para todas as necessidades que tivemos;
- Pela boa saúde que tivemos, mesmo mudando de clima e de alimentação várias vezes;
- Por poder ver e conhecer o que Deus está fazendo nestes países que visitamos.

Pedidos de Oração:
- Muitos de nossos irmãos indígenas da Colombia, sofrem perseguição de grupos aramados, por causa do Evangelho e da fé que têm. Oremos pelos Aruacos que de forma intensa sofrem este tipo de situação;
- Necessitamos dar continuidade a este trabalho de apoio e supervisão aos missionários que visitamos, mesmo à distancia. Que o Senhor nos oriente a este respeito;
- Pelo Movimento Três Ondas, que cresce, mas que também passa por momentos difíceis, quer entre os indígenas como entre os não indígenas.

Enoque e Eliane de Faria