Foto: Thomas Mukoya/Reuters | O líder da oposição do Quênia Raila Odinga chega para cerimônia de posse autoproclamada por ele em meio a seus apoiadores em um parque de Nairobi no dia 30 de janeiro de 2018
Raila Odinga não reconheceu vitória do atual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta, em eleição e fez juramento presidencial diante de seus apoiadores.
O líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, se autoproclamou nesta terça-feira (30) "presidente do povo ", após não reconhecer como válidos os resultados das eleições de outubro de 2017 nas quais foi reeleito o atual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta.
Odinga fez o juramento do cargo em um parque da capital, Nairobi, diante de dezenas de milhares de apoiadores.
"Juro que serei fiel e leal ao povo e à República do Quênia, que preservarei, protegerei e defenderei a Constituição do Quênia", disse.
O procurador-geral do país, Githu Muigai, alertou que a posse autoproclamada pode incorrer em um delito de alta traição, punido com a morte, ainda que o país não tenha executado nenhum preso desde 1987.
Horas depois do juramento simbólico de Odinga, o governo do Quênia declarou como "organização criminosa" o Movimento de Resistência Nacional (NRM, na sigla em inglês), criado pela coalizão opositora.
A breve nota foi assinada pelo ministro do Interior, Fred Matiang'i, e publicada no boletim oficial queniana.
A eleição marcou uma dura disputa entre as duas principais dinastias políticas do país da África Oriental. Kenyatta é filho do presidente fundador do Quênia, Jomo Kenyatta. Já Raila Odinga é um ex-prisioneiro político de 72 anos e filho do primeiro vice-presidente do país.
Kenyatta também é amplamente visto como o representante do povo Kikuyu, o maior grupo étnico do país, enquanto Odinga está associada ao grupo Luo, que nunca conseguiu eleger um chefe de estado.
Fonte: G1 - Mundo